Delegado é condenado a dois anos por morte de técnica em enfermagem
05/08/2013
"Delegado é condenado a dois anos por morte de técnica em enfermagem
Delegado teria provocado acidente que matou técnica em enfermagem.
Pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade.
O delegado da Polícia Civil do Acre, Cleber Gnata, foi sentenciado a dois anos de detenção, e teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa pelo mesmo período, por ter provocado um acidente de trânsito, que causou a morte da técnica em enfermagem, Fátima Rocha de Souza, em agosto de 2011.
A decisão foi da juíza Adamarcia Machado Nascimento, da Comarca do município de Mâncio Lima (AC), onde ocorreu o acidente. A pena mínima aplicada por homicídio culposo (sem intenção de matar) foi convertida em prestação de serviços à comunidade, fora das atividades policiais do réu, e ainda ao pagamento de 45 salários mínimos aos pais da vítima.
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Conforme o que consta em depoimentos e laudos periciais nos autos do processo, o delegado trafegava na contramão de direção, conduzindo uma viatura descaracterizada da Polícia Civil, no centro de Mâncio Lima, quando colidiu frontalmente com a motocicleta pilotada por Fátima Rocha.
A técnica em enfermagem, de 28 anos, morreu no local do acidente. A justiça chegou à conclusão de que a imprudência por parte do delegado foi determinante para o acontecimento do acidente.
Familiares da vítima realizaram várias manifestações pedindo justiça, e a transferência do delegado para outra cidade. Semanas depois, Gnatta foi transferido para o município de Tarauacá e atualmente trabalha em Sena Madureira.
A família de Fátima Rocha queria o indiciamento do delegado por homicídio doloso. “Nós entendemos que ele assumiu o risco de matar quando fez uma ultrapassagem em local proibido. Pedimos através dos nossos advogados que ele fosse a júri popular. Mesmo assim, durante esses dois anos, as coisas andaram. A gente queria o desfecho dessa história, porque a cada audiência o nosso sofrimento era renovado. Sabemos que existem casos até mais graves que até hoje não foram julgados, considerando isso, a gente fica feliz”, avalia Olindina Rocha, irmã da técnica em enfermagem.
A família entrou com outra ação na área cível exigindo uma indenização do Estado pelos danos sofridos. Segundo Olindina, o delegado é funcionário público e estava em atividade no dia do acidente, além de estar na direção de um veículo oficial.
O advogado de Cleber Gnatta não foi encontrado para comentar a decisão."
Fonte e Imagem: G1.globo.com