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Cuidados paliativos ajudam pacientes terminais

23/09/2012

Cuidados paliativos ajudam pacientes terminais
Especialistas defendem a criação de uma política pública

BRASÍLIA (ABr) - Especialistas que lidam no cotidiano com a iminência da morte defendem que o governo desenvolva uma política pública para melhorar a qualidade de vida de pacientes terminais. De acordo com a diretora da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, Dalva Yukie Matsumoto, a dor é o sintoma predominante nos pacientes terminais no Brasil e que falta formação para amenizá-la. “A grande maioria dos médicos não tem formação para tratar de dor, não sabe prescrever uma morfina, um opióide (substâncias naturais ou sintéticas derivadas do ópio) de forma adequada. Existe um tabu por acharem que morfina é para quem está morrendo. O mito é reforçado pelo mau uso”, disse Dalva, que coordena a Hospedaria de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

Pesquisa realizada pela consultoria Economist Intelligence Unit e publicada pela revista inglesa “The Economist”, em 2010, coloca o Brasil em 38º lugar em um ranking de 40 países quando o assunto é qualidade de morte. O País fica à frente apenas de Uganda e Índia. Esse dado indica que o brasileiro em estado terminal ainda sofre muito no seu processo de morte. De acordo com Dalva, essa abordagem, que inclui a melhoria da qualidade de vida para os pacientes, é discutida há 60 anos no Reino Unido, país que o ocupa primeiro lugar no ranking. No Brasil, o tema é debatido há 12 anos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a área de cuidados paliativos é considerada uma abordagem que serve para promover qualidade de vida para pacientes que tenham alguma doença que o ameace de morte. No Brasil, a área ainda está muito ligada a pacientes terminais, principalmente com câncer. No entanto, para a OMS, essa área não deve se restringir apenas a esses doentes, mas também a pessoas que recebem diagnóstico de doenças crônicas e, até, para pacientes vítimas de acidentes.

Os cuidados paliativos devem envolver uma equipe multiprofissional formada por médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que tratam das dores físicas e emocionais. A abordagem também deve se estender à família do enfermo para que todo o processo seja aceito com menos sofrimento. “Quando alguém adoece todo o núcleo familiar adoece junto e, se eu não cuido dessa família, eu não estou oferecendo esse atendimento global efetivo e extensivo para todos os componentes”, disse o chefe do Núcleo de Cuidados Paliativos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Hélio Bergo.

Fonte: Folhape.com

Imagem: Gestaodelogisticahospitalar.blogspot.com