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Crianças também sofrem do coração
27/09/2012
Crianças também sofrem do coração
As pontas dos dedos, os lábios e a língua têm um tom roxo. Além disso, a falta de ar durante a mamada e o cansaço no engatinhar são outros sinais de alerta para os pais. Crianças com esses sintomas podem ter doenças congênitas do coração, ou seja, já nasceram com o problema. No Dia Mundial do Coração, lembrado neste sábado, especialistas alertam que o diagnóstico e o tratamento precisam acontecer o mais cedo possível para evitar mortes prematuras. Um levantamento recente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) revela que das 21 mil crianças nascidas no Brasil, em 2010, com esse diagnóstico e com indicação de cirurgia cardíaca ou intervenção percutânia, 58,16% não tiveram acesso aos tratamentos. No Nordeste, o índice chegou a 66,79%. O mais grave é que mais de 70% dessas pessoas têm potencial de cura se tratadas.
Em Pernambuco, três unidades de saúde realizam cirurgias em crianças com problemas congênitos do coração: o Procape, o Imip e o Hospital Português. "Temos no Procape 90% dos pacientes infantis operados de cardiopatias complicadas. Isso aponta que houve um avanço no diagnóstico precoce, mas nosso maior problema ainda são os poucos leitos. As crianças chegam a esperar uma média de seis meses para a cirurgia", disse a médica cardiologista pediátrica Catarina Cavalcanti, com 30 anos de experiência na área.
Wesley Ryan, 12 anos, teve a sorte de receber um diagnóstico ainda bebê e graças a isso está vivo. Ele tem uma cardiopatia complicada, cujos principais sintomas são falta de ar e um tom roxo nos lábios e dedos. Depois de duas cirurgias, ele se prepara para a terceira e assim garante a própria sobrevivência. Segundo a Secretaria de Saúde (SES), a carência de leitos é justificada pela grande demanda de pacientes para essas unidades vindos de todo país. A SES afirmou que está em negociação com o Procape e com o Português para ampliação do serviço.
Hábitos saudáveis
Outra preocupação dos especialistas é com as doenças cardíacas dos adultos adquiridas na infância. "São meninos e meninas obesos, com pressão alta, expostos a tabagismo, sedentários e com taxas altas de gordura no sangue que mais tarde vão apresentar doenças do coração", explicou Catarina Cavalvanti.
Os cuidados não devem parar por aí. Os médicos avisam que a atenção dos pais também deve se voltar para os sinais da faringite amigdalite bacteriana nas crianças. É que se a doença não for tratada adequadamente, 3% a 5% desses pacientes podem desenvolver febre reumática que, entre outros males, ocasiona lesões nas válvulas do coração. A faringite amigdalite bacteriana se caracteriza por febre, dor de garganta e pontos purulentos na garganta. O tratamento deve ser feito com antibióticos, além de doses de benzetacil em seguida.
Fonte: Cofen.com
Imagem: Cofen.com