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Corte no sal dos alimentos
29/08/2012
Corte no sal dos alimentos
Indústria aceita metas para diminuir teor da substância em temperos e margarinas
Flávia Milhorance
flavia.milhorance@oglobo.com.br
Sal. Excesso traz prejuízos à saúde
Camilla Maia
Acordo para combater doenças cardiovasculares
O excesso de sal contido nos alimentos processados foi alvo ontem de um acordo entre o Ministério da Saúde
e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), que estabeleceu metas de redução da
substância nos produtos a serem colocados no mercado nos próximos anos. Alimentos industrializados hoje
dominam as despensas da família moderna, mas apesar de sua praticidade, eles contêm níveis alarmantes
de sódio, que está associado a doenças cardíacas e renais. O termo de compromisso prevê a redução em
temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais. A estimativa é retirar 8,7 mil toneladas de sal do
mercado brasileiro até 2020.
Esta já é a terceira etapa do acordo de redução do sódio da mesa do brasileiro. Em abril de 2011, entraram
na lista macarrões instantâneos, bisnaguinhas e pães de forma, num total de 2,8 mil toneladas retiradas. E,
em dezembro de 2011, foram contemplados o pão francês, os snacks (como salgadinhos e batatas fritas),
biscoitos, maionese, totalizando 8,8 mil toneladas. Somados os três convênios, a previsão é de que, até 2020,
estejam fora das prateleiras mais de 20,4 mil toneladas.
Segundo o Ministério da Saúde, o termo de compromisso estabelece o acompanhamento das informações da
rotulagem nutricional e as análises laboratoriais de produtos coletados no mercado.
BRASILEIRO CONSOME SAL em excesso
No Brasil, a população consome o dobro do sal recomendado diariamente. Dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o consumo do brasileiro está em 12 gramas diários, enquanto que
Segundo o Ministério da Saúde, o termo de compromisso estabelece o acompanhamento das informações da
rotulagem nutricional e as análises laboratoriais de produtos coletados no mercado.
BRASILEIRO CONSOME SAL em excesso
No Brasil, a população consome o dobro do sal recomendado diariamente. Dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o consumo do brasileiro está em 12 gramas diários, enquanto que
a recomendação de consumo máximo diário de sal pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de menos
de cinco gramas por pessoa.
Em nota, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a medida já vem em conformidade com a
orientação da OMS. "O Brasil se antecipa às ações que a Organização Mundial de Saúde pretende adotar em
relação ao sódio. O modelo seguido pelo Ministério da Saúde pode se tornar referência para outros países".
A Abia não sabe informar qual o impacto financeiro que esta medida irá impor ao mercado. Mas explica que
no ano passado R$ 12 bilhões foram investidos em tecnologia e novas linhas de produtos, e parte do valor foi
aplicado para atender aos acordos do ministério. Além do convênio para redução de sal, foi estabelecido o
corte de gordura trans de 12 categorias, entre elas, biscoitos, laticínios, caldos etc. Segundo dados da Abia,
em 2009, foram retiradas 230 mil toneladas de gordura dos industrializados, "praticamente zerando" a
quantidade dela nos produtos.
No caso da gordura trans, a indústria teve que encontrar substitutivos, como o óleo de palma, para garantir a
textura dos alimentos. De acordo com a Abia, a retirada do sal, que já vem ocorrendo, é mais complexa, pois
a substância, além de interferir diretamente no sabor, funciona como conservante.
O anúncio da redução progressiva do sal dos industrializados foi celebrada pelo especialista em cardiologia
Marcel Coloma, membro das sociedades de cardiologia do Brasil e do estado do Rio.
- O brasileiro usa mais sal do que o necessário, e este hábito está diretamente relacionado com a pressão
alta, que aumenta o risco de doenças do coração e derrame cerebral, assim como a perda da função renal e
da visão - explica Coloma. - O sal puxa para dentro das artérias, o que aumenta a sua pressão. E são elas
que irrigam o olho, o rim, o coração, o cérebro.
De acordo com o Ministério da Saúde, uma pesquisa realizada com mais de 54 mil brasileiros em 2011
revelou que a hipertensão arterial atinge 22,7% da população adulta. Se o consumo de sal for reduzido (para
a recomendação diária da OMS), os óbitos por acidentes vasculares cerebrais podem diminuir em 15%, e as
mortes por infarto em 10%. Ainda estima-se que 1,5 milhão de brasileiros não precisariam de medicação para
hipertensão, e a expectativa de vida seria aumentada em até quatro anos.
- A maior parte do sal consumido está nos industrializados, mas a mudança de hábito na alimentação em
geral também é importante - alerta Coloma.
Fonte: O Globo
- A maior parte do sal consumido está nos industrializados, mas a mudança de hábito na alimentação em
geral também é importante - alerta Coloma.
Fonte: Aarffsa.com
Imagem: Blogdocancer.com