Faça uma busca abaixo:
Posso Ajudar?

Conselho de Medicina protesta contra protocolo que orienta enfermeiros

23/02/2013

"Conselho de Medicina protesta contra protocolo que orienta enfermeiros

À esquerda, Pablo Vazquez; ele criticou o uso do Protocolo: " Ele sintetiza, de forma simplista, o trabalho do médico"

Pedro de Jesus, presidente do Coren, defendeu a categoria

De acordo com órgão, documento dá a profissionais atribuições de médicos

Classificado pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj) como "cartilha de comportamento", o Protocolo de Enfermagem distribuído nas clínicas da família da rede municipal de Saúde vem gerando polêmica. A acusação de Pablo Vazquez, presidente do Conselho de Saúde Pública do Cremerj, é a de que o protocolo dá aos enfermeiros atribuições que na verdade são de médicos. A briga vem desde maio de 2012, quando o protocolo foi apresentado:

"Ela sistematiza, de forma simplista, métodos diagnósticos e até mesmo condutas terapêuticas que seriam de atribuição do médico", disse Pablo, dando um exemplo resumido para explicar a posição do conselho:

À esquerda, Pablo Vazquez; ele criticou o uso do Protocolo: " Ele sintetiza, de forma simplista, o trabalho do médico"

"Quando um paciente chega com dor de cabeça, ele dá Novalgina para o paciente e pede para aguardar alguns dias. Se não melhorar, vai direto para um médico. Mas e se for uma coisa mais aguda, que pudesse requerer uma outra forma de investigação médica ou de tratamento diferenciado? Você acaba retardando o atendimento, porque não tem médico, e por quê? Porque o salário do estatutário é uma vergonha", disparou Vazquez, dizendo que este é apenas mais um exemplo do que ele chama de "desleixo" com a saúde da população.

Resposta do Coren

O Conselho Regional de Enfermagem (Coren) declarou que o Protocolo da Enfermagem, como o documento é chamado, obedece à Lei nº 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986, que regulamenta a profissão do técnico de enfermagem. O presidente do Conselho, Pedro de Jesus Silva, deixou claro que "o enfermeiro não quer fazer o trabalho do médico", uma vez que o profissional de enfermagem possui legislação própria. Ele aproveitou para criticar a diretoria do Cremerj, dizendo que a discussão não é essa:

Pedro de Jesus, presidente do Coren, defendeu a categoria

"Eu não posso ter um protocolo de prescrição de medicamento para pacientes de tuberculose que qualquer um pode fazer, segundo o Ministério da Saúde. Sabendo que o medicamento são aqueles indicados, o enfermeiro vai prescrever, acompanhar e fornecer. A saúde não é feita só por médicos, é feita por equipe multidisciplinar de saúde", finalizou.

O texto introdutório do Protocolo diz que: "...O enfermeiro da equipe de atenção primária, que atua ou não nas equipes de Saúde da Família, desenvolve seu trabalho tanto no âmbito da unidade de saúde quanto na comunidade. Entre as suas atribuições estão a realização de assistência integral as pessoas e famílias na unidade de saúde desde o acolhimento com classificação do risco para os cuidados primários a consulta de enfermagem, bem como, e quando necessário, ações no domicílio através da visita domiciliar e/ou em outros espaços comunitários para promoção da saúde, prevenção de agravos e vigilância à saúde."

Fonte: Cofen.com

Imagem: Cofen.com