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Congresso de medicina intensiva debate a ortotanásia

08/11/2012

Congresso de medicina intensiva debate a ortotanásia

O médico Weiber Xavier coordena o XVII Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, que segue até sábado

O prolongamento da vida de pacientes em estado terminal levanta discussões éticas entre os profissionais e pesquisadores da Medicina. Cresce cada vez mais o movimento que, com o lema "direito de morrer com dignidade", defende a chamada ortotanásia, decisão médica de suspender tratamentos agressivos e invasivos no caso de doenças terminais e incuráveis.

Em pesquisa realizada em 2011 pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), 90% dos médicos entrevistados declararam já terem realizado a ortotanásia. Para esclarecer mitos em torno do procedimento, a associação promove palestras e cursos sobre o tema no XVII Congresso de Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI), que começou ontem no Centro de Eventos do Ceará (CEC).

A médica Rachel Moritz, presidente do Comitê de Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos da Amib, lembra que as pessoas ainda confundem ortotanásia e eutanásia - que é ilegal no Brasil. Conforme a médica, o Conselho Federal de Medicina regulamentou a ortotanásia por meio da Resolução nº 1805/2006 e já constam orientações sobre a prática no novo Código de Ética Médica, de 2010.

Além disso, ela informa existir anteprojeto de lei para o Novo Código Penal que prevê a descriminalização da ortotanásia. "Através de cuidado técnico, a ortotanásia visa o controle dos sintomas e a qualidade de vida, enquanto houver vida", explica.

A favor do paciente

A opção pela ortotanásia não depende apenas do médico. O paciente tem direito de escolha. Para isso, uma resolução que permite as Diretivas Antecipadas de Vontade foi publicada em agosto no Diário Oficial da União. Por meio delas, o paciente pode registrar os procedimentos aos quais quer ou não ser submetido no caso de terminalidade da vida. "O paciente fica sendo tripudiado em sua morte. Isso que fere com a dignidade", defende Weiber Xavier, presidente do CBMI. Para o médico, o evento é oportunidade de se difundir e esclarecer práticas alternativas de tratamento. São cerca de cinco mil inscritos.

Serviço

XVII Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva

Quando: até sábado, 10/11

Onde: Centro de Eventos do Ceará (av. Wash. Soares, nº 1.141)

Informações: (85) 3261 2570

Fonte: Cofen.com

Imagem: Cofen.com