Confiança das famílias cai
17/04/2013
"Confiança das famílias cai
Viola Junior/Esp. CB/D.A Press
A vigilante Maria Aldemir Lima reclama: %u201CEstá tudo muito caro%u201D
O medo do desemprego, a alta da inflação e o elevado endividamento levaram os consumidores a pisarem no freio das compras. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Intenção de Consumo das Famílias (ICM) teve queda de 1,2% em abril ante março e de 3,8% em relação ao mesmo mês de 2012. Infelizmente, os consumidores estão mais desconfiados. A inflação comeu parte da renda, as dívidas aumentaram muito e o mercado de trabalho já não oferece tantas vagas como num passado recente , afirmou o economista da CBC Bruno Fernandes.
A tendência, segundo Fernandes, é de as famílias aproveitarem o momento de incertezas para arrumar o orçamento e evitar exageros. Esse é o comportamento correto. O melhor é diminuir o consumo e ajustar as contas para equilibrar o nível de endividamento , disse. Conforme o economista, 61,2% dos lares brasileiros têm dívidas atualmente, índice superior aos 57,8% registrados há um ano. A alta dos débitos foi puxada pelos estímulos dados pelo governo à compra de carros, eletrodomésticos e móveis, que tiveram o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido.
A servidora pública Susana Figueiredo, 45 anos, é o retrato fiel do consumidor desconfiado. Ela contou que, diante da disparada da inflação, foi obrigada a diminuir as compras para manter o pagamento das dívidas em dia. Estava pensando em trocar alguns móveis e a geladeira, mas vou ter que segurar , assinalou. Compras lá em casa, somente o essencial , emendou. Mesmo tendo estabilidade no emprego, Susana está preocupada com o futuro da economia, sobretudo se o desemprego aumentar.
Na avaliação de Fernandes, com o crescimento mais fraco da economia, é natural que o temor em relação ao desemprego aflore. Thiago Moura, 24, funcionário terceirizado do Banco do Brasil, que o diga. Nunca se sabe quando podemos ser demitidos , frisou. Ele está no quarto semestre de administração em uma faculdade privada. Precisa do salário para bancar o estudo. Diante do quadro nebuloso, reduziu o consumo. O mesmo fez a vigilante Maria Aldemir Lima, 42. Está tudo muito caro. Os preços dos calçados, por exemplo, dobraram em um ano. O pior é a sensação de que a inflação só vai aumentar , destacou.
O economista da CNC aposta, no entanto, em um quadro mais favorável no segundo semestre. Esperamos que os índices de preços percam força e os consumidores recuperem o poder de compra , afirmou. Ele destacou ainda que, antes mesmo de o Banco Central aumentar a taxa básica de juros (Selic), o que deve ocorrer hoje, o crédito já havia ficado mais caro. Os bancos se anteciparam. E isso também ajudou a desestimular o consumo."
Fonte e Imagem: Cofen.com