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Ciência sem Fronteiras exclui 20 cursos de Humanas de novo edital
22/11/2012
Ciência sem Fronteiras exclui 20 cursos de Humanas de novo edital
A área de Indústria Criativa funcionava como 'brecha' para alunos do setor de tecnológicas participarem do programa
22 de novembro de 2012 | 2h 06
CRISTIANE NASCIMENTO , CLARICE CUDISCHEVITCH, ISABELA LAMSTER, ESPECIAL PARA O ESTADO - O Estado de S.Paulo
O programa federal Ciência Sem Fronteiras (CSF) excluiu no seu mais novo edital a possibilidade de participação de estudantes de 20 cursos, a maioria de Ciências Humanas. O foco principal do CSF é a área tecnológica, mas 1.114 estudantes de Humanas já haviam sido beneficiados pelo programa em uma área chamada Indústria Criativa.
O número representa 6% do total de bolsistas, mas é maior, por exemplo, que o número de beneficiados de Computação e Tecnologia da Informação (887 bolsistas), uma das mais estratégicas para o País. Até agora, 17.134 estão em outros países pelo programa.
Nesse edital foram excluídos cursos como Publicidade, Artes Plásticas, Cinema, Jornalismo. Carreiras da área de Saúde também foram atingidas, como Enfermagem e Fisioterapia.
Em entrevista ao Estado há duas semanas, o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) já havia adiantado que poderia alterar os editais. A definição no site já havia sido modificada. "A primeira definição tinha ficado muito frouxa e pessoas de áreas similares acharam que podiam ser incluídas na Indústria Criativa", disse Jorge Guimarães. "A ênfase continua sendo as áreas tecnológicas."
As mudanças causaram comoção entre estudantes. Houve mobilização na internet para cobrar que o governo voltasse atrás das alterações. Thaís Esmeraldo, de 21 anos, se disse "desrespeitada" com a mudança. Aluna de Publicidade na Universidade de Fortaleza (Unifor), ela se preparava para os exames desde janeiro. "O grande problema é ele abrir precedentes para depois restringir", diz.
Beneficiada. Já a aluna de Publicidade da UFRJ Nathalia Barbosa, de23 anos, foi uma das que conseguiram uma bolsa pelo programa. Ela estuda na Universidade de King's College, em Londres. Mesmo não cursando uma das carreiras de foco do projeto, não houve empecilhos à sua aceitação. "Acredito que os fatores que contaram para a minha concessão foram apenas os acadêmicos: o meu currículo e projetos de iniciação científica na faculdade", diz ela.
No caso da UFRJ, 68 alunos de cursos de Ciências Humanas se inscreveram no programa, dos quais 37 foram homologados. Foram aceitos estudantes de Arquitetura, Artes Cênicas, Comunicação Social, Comunicação Visual, Composição Paisagística, entre outros.
Além de tecnologia, ciências exatas e engenharia, são consideradas prioritárias as áreas de Biotecnologia, Petróleo e Gás. O programa prevê a concessão de 101 mil bolsas em quatro anos.
Fonte: Estadao.com
Imagem: Prograduel.blogspot.com