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Campos busca palanque em São Paulo

19/04/2013

"Campos busca palanque em São Paulo

Autor(es): Por Murillo Camarotto | Do Recife

Valor Econômico - 19/04/2013

Diante do cerco criado pelo Palácio do Planalto às suas movimentações, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vai centrar sua estratégia em forças políticas que estão fora do campo de influência do PT. Nesse grupo estão incluídos legendas como PPS e DEM, além de partidos nanicos e lideranças rebeladas de PMDB e PDT.

"A depender do interlocutor, Dilma está com um talão de cheques numa mão e um chicote na outra", disse uma pessoa próxima a Campos, sobre o engajamento da presidente na tarefa de evitar que o pernambucano sangre a base de apoio ao governo federal.

Ciente da necessidade de um palanque mais robusto para as eleições presidenciais do ano que vem, Campos vê com bons olhos uma eventual migração do tucano José Serra para o recém-criado Mobilização Democrática, partido resultante da fusão entre PPS e PMN. A expectativa do pernambucano é de que, na nova legenda, Serra dispute o governo de São Paulo, criando um palanque competitivo para o presidenciável do PSB no maior colégio eleitoral do país.

Apesar da promessa de apoio do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, à sua candidatura, Campos sofreu um baque na quarta-feira, quando a Câmara dos Deputados, sob a batuta do Planalto, aprovou projeto que inibe o acesso de novas legendas a recursos do fundo partidário e ao tempo de televisão.

Ontem, o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), anunciou que vai entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a votação, na Casa, do projeto de lei. Segundo Rollemberg, o mandado só será apresentado após o término da deliberação da matéria pela Câmara, o que ainda não aconteceu.

Além do Mobilização Democrática, Eduardo Campos trabalha para contar com o apoio de DEM. Na quarta-feira, uma das principais lideranças do partido em Pernambuco, o ex-prefeito do Recife Roberto Magalhães, defendeu o apoio do partido ao governador conterrâneo. O DEM, no entanto, votou a favor do projeto que restringe as novas legendas.

Um dos entusiastas da candidatura de Campos, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) estaria interessado em integrar a chapa do pernambucano, como candidato a vice-presidente. Entretanto, ele não tem planos de deixar seu partido. Ao lado do colega Pedro Taques (PDT-MT), deve pressionar o PDT em favor de Campos.

Apesar de todas as movimentações do pessebista, ninguém em Pernambuco descarta totalmente a possibilidade de um recuo de última hora. Campos deve esticar a corda até o fim do ano. Segundo um de seus principais interlocutores, somente em dezembro ele deve anunciar oficialmente a postulação ao Palácio do Planalto. O desembarque do PSB da Esplanada dos Ministérios, entretanto, pode acontecer em setembro. (Colaborou Raquel Ulhôa, de Brasília)"

Fonte: Valor Econômico

Imagem: Oglobo.com