Campanhas de combate à gripe conquistam empresas
03/04/2013
"Campanhas de combate à gripe conquistam empresas
03/04/2013
Brasil Econômico
Jornalista: Natália Flach
Anualmente, 600 milhões de pessoas ficam gripadas no mundo, das quais 500 mil acabam morrendo. No Brasil, o vírus H1N1 causou 2.641 internações no ano passado ante 181 registradas em 2011, segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Essa piora nos números aconteceu apesar das campanhas de vacinação, que imunizaram 26,03 milhões de pessoas, conforme resultados parciais divulgados pelo Ministério da Saúde.
A pandemia é um problema de saúde pública que afeta diretamente a produtividade do país. Estimativas na França, Alemanha e Estados Unidos indicam perdas anuais com surtos de gripe entre US$ 1 milhão a US$ 6 milhões a cada grupo de 100 mil habitantes. Nos EUA, estimase que a gripe seja responsável pela perda de 44 milhões de dias produtivos por ano, o que equivale a perdas anuais de U$ 11 bilhões, entre custos diretos (hospitalizações, consultas, medicamentos) e indiretos (absenteísmo, redução na produtividade, substituições).
É por isso que cada vez mais empresas têm investido na imunização dos trabalhadores - com resultados positivos.
De acordo com levantamento feito pela Braskem com os seus funcionários, a cada R$ 1 investido na prevenção, a companhia teve R$ 3,50 de retorno financeiro. "Isso se dá porque, quando um trabalhador fica doente, ele falta ou sai mais cedo do trabalho", afirma Eduardo Ferreira Arantes, gerente de Planejamento e Qualidade de Vida do Sesi Nacional.
Neste ano, a intenção do Sesi, em parceria com a Sanofi Pasteur, é vacinar 900 mil trabalhadores de 6 mil indústrias (no ano passado, foram 466 mil pessoas imunizadas).
"O programa de vacinação do governo não contempla a população economicamente ativa" apenas indígenas, grávidas e doentes "e a gripe é transmitida pela proximidade. Isso mostra a importância da prevenção", completa. Para se ter ideia, no ano passado, foram vacinadas 96% das crianças, 100% dos profissionais de saúde, 84% dos indígenas, 81% dos idosos e 81% de gestantes. "Se com 466 mil pessoas a campanha já apresenta retorno, imagina se vacinássemos os 12 milhões de trabalhadores da indústria", questiona o executivo do Sesi, que é o maior comprador privado das vacinas. "Talvez tivéssemos registrado um Produto Interno Bruto (PIB) maior do que os 0,9% de 2012", afirma.
Oexecutivo explica que a vacinação é a principal estratégia para evitar as faltas ao trabalho e a queda de produtividade dos profissionais relacionadas à gripe. A ação ainda pode reduzir os gastos com consultas médicas e compra de medicamentos.
Ao aderir à campanha, cada indústria será convidada a usar o Vaxincorp, um modelo farmacoeconômico desenvolvido pela Sanofi, que permite à empresa calcular o custo/benefício da vacinação. O próximo passo será analisar os dados coletados.
Além de fornecer a vacina e o software, a Sanofi está oferecendo toda a logística para a vacinação emateriais informativos para sensibilizar os funcionários a aderir à campanha, porque a adesão dos funcionários é facultativa.
"Todo ano é um vírus novo. Fazemos uma vacina trivalente de olho nas variações. O período de proteção não é longo e quanto antes tomar melhor. Mas o ideal é tomar antes de esfriar", acrescenta. Tanto é que no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná a campanha de vacinação já começou. Os próximos pontos atendidos pelo Sesi serão Centro Oeste, Sudeste, Nordeste e Norte, nesta ordem.
A vacina fornecida para o Sesi é produzida com vírus inativados e fragmentados e atua contra as três cepas da gripe sazonal das quais duas do subtipo A "H1N1 e H3N2" e outro contra a cepa B, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Emjaneiro deste ano uma nova cepa A (H3N2), diferente da incluída na vacina utilizada no Brasil em 2012, começou a causar preocupação nos Estados Unidos, devido ao grande número de hospitalizações por pneumonia."
Fonte: Abradilan.com
Imagem: Arquivos.portaldaindustria.com