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Brasil produz droga anticâncer pela primeira vez

20/12/2012

Brasil produz droga anticâncer pela primeira vez

Autor(es): Waleska Borges

O Globo - 20/12/2012

Remédio para tratar leucemia mieloide e tumor intestinal era importado da Europa

O medicamento oncológico Mesilato de Imatinibe, utilizado para o tratamento de leucemia mieloide crônica e estroma gastrointestinal (tumor maligno do intestino), será produzido no Brasil e tem previsão para começar a ser distribuído a partir de janeiro de 2013 para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo país. Os primeiros 220 mil comprimidos de 400mg foram recebidos ontem de manhã pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.

A produção do Imatinibe será realizada por dois laboratórios oficiais: Instituto Vital Brazil e Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além de cinco empresas privadas. Com isso, o Ministério da Saúde estima uma economia para o SUS de R$ 337 milhões em cinco anos.

Custo para consumidor será reduzido

- O Brasil passa a produzir aqui no nosso país um genérico para o câncer na última fronteira do tratamento, garantindo para nossa população um remédio com qualidade. O Brasil está, cada vez mais, podendo garantir tratamento à sua população independente de qualquer oscilação do mercado internacional. São medicamentos de ponta. Isso também significará grande economia para o Ministério da Saúde, nos permitindo alocar recursos para disponibilizar mais medicamentos à população, com remédio de graça na farmácia popular - disse o ministro durante a cerimônia de entrega do primeiro lote.

Segundo o Ministério da Saúde, com a produção nacional do Mesilato de Imatinibe, o custo do comprimido de 100mg será reduzido de R$ 20,60 para R$ 17,50; e o de 400mg de R$ 82,40 para R$ 70. De acordo com Padilha, a fabricação nacional é suficiente para atender a toda a demanda do SUS - cerca de oito mil pacientes hospitalizados. Para o próximo ano, a previsão é que cerca de quatro milhões de comprimidos sejam entregues ao SUS. Além dos laboratórios oficiais, a produção será feita em parceria com os nacionais EMS, Laborvida, Cistália, Alfa Rio e Globe Química.

- A ideia do Ministério da Saúde é garantir o medicamento para o mercado nacional, para população brasileira, mas também poder disputar o mercado internacional - justificou Padilha.

De acordo com presidente do Instituto Vital Brazil, Antônio Werneck, antes de ser produzido no Brasil, esse medicamento era importado através de um contrato do Ministério da Saúde com um fornecedor europeu:

- Além do conhecimento tecnológico de desenvolver os medicamentos, nós temos fábricas novas, equipamentos e pessoal modernamente treinados para trabalhar com produtos que exigem dedicação e especialização muito grandes.

Ainda conforme o Ministério da Saúde, além de produzirem o medicamento contra o câncer, a Farmanguinhos e o Instituto Vital Brazil serão responsáveis por abastecer o SUS enviando estoques dos comprimidos para as secretarias estaduais de saúde, que repassarão o produto aos hospitais.

O Ministério informou ainda que, em 2011, o governo federal passou a comprar o Mesilato de Imatinibe de forma centralizada. Ao adquirir o medicamento em grande escala, o governo teve uma redução de mais de 50% no preço do produto. Atualmente, os pacientes assistidos pelo SUS têm cerca de 280 procedimentos para o tratamento de diferentes tipos de câncer, entre eles, remédios e terapias. Apenas este ano, o Ministério da Saúde investiu R$ 2,2 bilhões na assistência oncológica aos usuários do SUS. Para 2013, a previsão é que estes recursos cheguem a cerca de R$ 2,4 bilhões.

Fonte: Oglobo.com

Imagem: Lakevillas.com