Brasil é o maior mercado de crack e 2 de cocaína
06/09/2012
Brasil é o maior mercado de crack e 2 de cocaína
Quase três milhões de pessoas usaram droga inalada ou fumada
SÃO PAULO (AE, Folhapress e ABr) - Pelo menos 2,8 milhões de pessoas no Brasil usaram cocaína de forma inalada ou fumada - via consumo de crack ou de oxi - nos últimos 12 meses.
Esses números transformam o País no segundo principal mercado consumidor de cocaína do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, onde 4,1 milhões usaram cocaína no último ano.
Caso sejam considerados só aqueles que consumiram crack, o total chega a um milhão de pessoas no País, o que torna o Brasil o principal mercado consumidor do planeta. Os dados são da pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Drogas, apresentada ontem. Foram ouvidas 4.607 pessoas com mais de 14 anos em 149 cidades.
Além de se destacar pelo tamanho da demanda, o Brasil possui uma oferta que torna o produto bastante acessível. Entre aqueles que consumiram cocaína, 78% acham fácil conseguir a mercadoria no Brasil. A pesquisa constatou ainda que atualmente há mais pessoas viciadas em cocaína e em crack do que em maconha. São 1,4 milhão contra 1,3 milhão de dependentes. "O usuário da cocaína inalada não é tão visto como o de outras drogas. Eles não costumam consumir a droga em público, como fazem os de de maconha ou os de crack", afirmou o organizador do estudo e psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ronaldo Laranjeira.
Outro dado que preocupou os pesquisadores é a idade de experimentação da droga, pois 45% dos entrevistados disseram que usaram cocaína pela primeira vez antes dos 18 anos. Quase um terço dos usuários relatou ainda que usa a droga duas ou mais vezes por semana. Por outro lado, apenas 1% dos que admitiram consumir a droga afirmou que já buscou tratamento. Para o psiquiatra Laranjeira, a pesquisa, que foi financiada pelo Governo Federal, serve de alerta para as autoridades.
Sudeste
Quase metade dos usuários de cocaína e crack do país reside no Sudeste: 46% dos usuários. Para Laranjeira, isso comprova que relacionar uso dessas drogas com a pobreza é ingenuidade. Segundo o psiquiatra, o alto índice de usuários do Nordeste (25%) mostra que a melhora das condições sociais da região tenha trazido como consequência o aumento do consumo de cocaína e crack. O que surpreendeu foi o 'baixo" consumo no Sul - 7% dos usuários estão nessa região, que concentra 10% da população.
Fonte: Folha.com
Imagem: Folha.com