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Aula de biologia explica que metamorfose não é crescimento

24/09/2013

"Aula de biologia explica que metamorfose não é crescimento

Professor Fernando Beltrão compara processo a transformação radical.
Metamorfose está ligada ao que se chama de nichos ecológicos.

Metamorfose é tema de biologia. (Foto: Reprodução/ TV Globo)Metamorfose é tema de biologia do Projeto Educação
(Foto: Reprodução/ TV Globo)

As metamorfoses na natureza não devem ser confundidas com o crescimento. Sendo uma alteração completa da forma de viver, elas têm a capacidade de melhorar a vida de seres humanos e modificar totalmente os animais. O assunto foi tema da reportagem de biologia desta terça-feira (24), do Projeto Educação.

Quem não conhece Wellitânia Lima e a vê sorrindo dificilmente imagina que, há cinco anos, ela não tinha fôlego para falar nem força para mastigar a comida. Por causa de uma doença rara no fígado, ela pesava 34 quilos. Entretanto, um transplante devolveu a vida a ela. “Hoje, sou uma mulher realizada, sou transformada por dentro e fora. Realmente virei em outra pessoa, em todos os sentidos”, comentou.

“A metamorfose é a modificação. Você está passando por uma fase para que sua vida mude de rumo e que novos significados apareçam para ela. Já está sem esperança e aparece lá um órgão. Um transplantado é um metamorfoseado, sofreu uma mudança radical. Ele vai da escuridão para luz, da tristeza para alegria, da morte para a vida”, comentou o professor Fernando Beltrão.

As transformações radicais já inspiraram muitos autores, como Franz Kafka, autor de “A metamorfose”. “É da etimologia meta, que é modificar, e morfo, que é forma. A gente costuma olhar o girino virar sapo, a lagarta virar borboleta. É uma mudança na forma, a tradução seria essa. Mas, na verdade, a metamorfose envolve muito mais do que isso”, destacou o professor.
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Na biologia, são muitos os casos de metamorfose que não devem ser confundidos com crescimento. “Os seres vivos sofrem crescimento. O inseto para crescer, como tem exoesqueleto, ele vai crescendo em etapas, trocando esqueleto, jogando fora a casca. Cresce em etapas 1, 2, 3 4 e 5. Depois que ele atinge determinado tamanho, os hormônios dele entram em acordo e sofre a metamorfose”, disse Fernando Beltrão.

A metamorfose está ligada ao que se chama de nichos ecológicos, que tudo aquilo que um ser vivo faz: como se alimenta, do que tem medo, como é sistema respiratório, etc. Tudo isso se modifica. De acordo com o professor, vale lembrar que a metamorfose não é universal. “Não acontece em todos os grupos taxonômicos. Nos invertebrados, quase sempre, o desenvolvimento é indireto. E desenvolvimento indireto envolve larva. Nos vertebrados, é menos comum, embora tenha metamorfose nos peixes e muito frequentemente em anfíbios. Quem não tem metamorfose somos nós, os mais evoluídos, os répteis, as aves, os mamíferos. Temos o crescimento, mas não mais a metamorfose”, destacou.

O estudo da metamorfose pode ajudar no combate de vários problemas. “Dengue, febre amarela, malária, tantas doenças que tem transmissão através de insetos. Porque esses insetos, via de regra, têm uma fase aquática. Então, ele tem ovo, a larva aquática e, depois, o casulo e vida adulta”, finalizou Fernando."

Fonte e Imagem: G1.globo.com