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Associações pedem aulas de português na Suíça
10/09/2012
Associações pedem aulas de português na Suíça
Grupos ligados a famílias portuguesas e brasileiras lançam petição para que língua seja incluída no currículo das escolas
10 de setembro de 2012 | 3h 06
JAMIL CHADE , CORRESPONDENTE / GENEBRA - O Estado de S.Paulo
A Suíça já conta com quatro línguas oficiais e o ensino do inglês é obrigatório. Agora, as escolas primárias públicas do país poderão ganhar um novo curso: o de português.
Uma petição foi lançada por grupos de pais de famílias portuguesas, apoiados por brasileiras, para que um referendo seja realizado para que o ensino do idioma lusitano seja adotado nessas escolas. O assunto se transformou em promessa de campanha de candidatos à prefeitura de Genebra que, agora, são cobrados a implementá-la.
Se for aprovada em votação popular, a iniciativa obrigará o oferecimento gratuito de cursos de português aos alunos de todas as escolas do cantão de Genebra, como matéria opcional.
Para a Associação de Pais de Alunos de Origem Portuguesa, a medida é uma "necessidade". "Dez por cento dos alunos que estão matriculados em escolas são lusófonos e têm o direito de manter sua língua", explica Carla Rocha, presidente da associação, que conta com o apoio de várias entidades, entre elas associações de línguas que se especializam no "português brasileiro".
Segundo ela, os pais desses alunos têm até 15 de novembro para coletar assinaturas suficientes para que o governo realize um referendo. Pelas leis da Suíça, qualquer grupo da sociedade civil pode lançar uma iniciativa que, se coletar apoio suficiente, transforma-se em votação para toda a cidade.
Mas nem todos estão de acordo. Para Carlos Medeiros, conselheiro municipal da cidade e de origem portuguesa, a exigência de que o Estado suíço pague por essa conta "não se justifica".
"Então vamos ter de oferecer albanês, kosovar e sérvio", alertou Medeiros, indicando para a presença de outras nacionalidades de peso na região. "Não podemos permitir que comunidades se fechem", completou, lembrando que 45% da população de Genebra é de estrangeiros.
Sua avaliação é de que a Suíça deve oferecer como cursos obrigatórios apenas as línguas oficiais do país - francês, alemão e italiano. O romansch (uma mistura de latim com línguas germânicas) é falado por menos de 40 mil suíços.
Austeridade. Há quem acuse os pais de alunos de estarem transferindo para a Suíça um problema que é econômico e deriva da austeridade em Portugal - o que Carla nega. Até o ano passado, o governo português financiava os salários de professores portugueses na Suíça, oferecendo cursos paralelos organizados pelo Instituto Camões. Para brasileiros, a associação Raízes, com sede em Genebra, garante as aulas, que são pagas e dadas após o horário escolar (mais informações nesta página).
Em setembro de 2011, pelo menos 500 alunos que deveriam frequentar aulas de português em Genebra ficaram sem professores. José Coelho, um dos docentes pagos pelo governo português, confirmou que seu salário foi reduzido de 5 mil para 3,7 mil francos suíços.
O valor ainda é bem acima do que ganha um professor em Portugal ou no Brasil, mas ele acabou se equiparando ao salário mínimo na Suíça, um dos países mais caros do mundo, fazendo esses professores trocarem de emprego.
Parte do governo de Genebra deu apoio. Pierre Maudet, ao se lançar candidato para a prefeitura em abril, sinalizou às comunidades portuguesa e brasileira que estava disposto a apoiar o projeto. Hoje, numa cidade de 400 mil habitantes, 50 mil são de origem portuguesa ou brasileira.
Partidos de esquerda de várias cidades da região oeste da Suíça também declararam seu apoio ao projeto, além de sindicatos.
DIREITO PENAL
ADVOGADOS FUTUROS
33.558
desses candidatos escolheram Direito Penal como área
jurídica de sua predileção, no momento da inscrição
117.872
estudantes e recém-formados em Direito de todo o País se
inscreveram para o exame da OAB, que teve ontem sua 1ª fase
Fonte: Estadao.com
Imagem: Publico.pt