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Arsenal contraceptivo

03/03/2013

"Arsenal contraceptivo

Um estudo do instituto de pesquisas sobre consumo Kantar revelou que quatro em cada dez mulheres que utilizam algum contraceptivo o fazem sem prescrição médica, o que pode trazer sérios riscos.

"Devemos sempre levar em conta o histórico da paciente e sua predisposição a determinadas doenças, além das vantagens, desvantagens e efeitos colaterais de cada um dos anticoncepcionais, em particular os hormonais", diz a médica Marta Finotti, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Uma pesquisa inédita da federação com mais de 9500 mulheres constatou que 28% delas mudaram de método após receber esclarecimentos médicos. "Isso significa que quase um terço das pacientes, antes de ser aconselhadas, estava fazendo uma opção inadequada", diz o médico Nilson Roberto de Melo, diretor científico da Febrasgo. Segundo ele, embora as pílulas orais ainda sejam as mais usadas, as mulheres têm recorrido cada vez mais a opções duradouras e menos suscetíveis a esquecimento, como adesivos, injeções, implantes e dispositivos intrauterinos, os DIUs. A seguir, especialistas avaliam cada um desses métodos.

ADESIVO

Colado no braço, no abdômen ou nas nádegas, libera estrogênio e progestagênio na corrente sangüínea para impedir a ovulação. São três semanas de uso e uma de pausa Vantagens: só precisa ser trocado uma vez por semana. "Como não passa pelo estômago, é uma opção para as pacientes que sentem náusea com as pílulas orais", diz o ginecologista Arnaldo Cambiaghi, da clínica IPGO Desvantagens: as contraindicações e os efeitos colaterais são os mesmos da pílula oral combinada. Além disso, pode causar alergia local e é desaconselhado a mulheres com mais de 90 quilos: o excesso de tecido adiposo diminui sua eficácia Preço: de 50 a 60 reais

Injetável

Aplicada no braço ou nas nádegas, a injeção pode ser mensal (à base de estrogênio e progestagênio) ou trimestral (só de progestagênio) Vantagens: além de as injeções serem muito práticas, as trimestrais fazem com que até 70% das mulheres parem de menstruar durante o uso, o que muitas pacientes hoje consideram um ponto positivo lesvantagens: as injeções trimestrais podem causar um ganho de peso de até 5 quilos no primeiro ano, assim como irregularidades no ciclo. Além disso, enquanto as mulheres voltam a ovular a partir do terceiro mês após a interrupção das injeções mensais, no caso das trimestrais esse prazo pode se estender a dezoito meses. Ou seja, não é o melhor método para quem quer engravidar assim que a contracepção é suspensa Preço: de 8 a 30 reais

DIU

Os DIUs hormonais liberam progestagênio, enquanto os de cobre dificultam a passagem dos espermatozoides. São colocados em consultório, em um procedimento rápido que geralmente não exige anestesia

Vantagens: o DIU hormonal dura cinco anos e faz com que até metade das pacientes deixe de menstruar, motivo pelo qual é usado por quem tem endometriose. Mais barato, o de cobre dura até dez anos e é indicado para quem não pode usar hormônios - caso das pacientes com histórico de câncer de mama. "Os convênios estão começando a arcar com os custos do DIU", diz a ginecologista Marta Finotti Desvantagens: ao contrário do DIU hormonal, o de cobre pode aumentar o fluxo menstrual e as eólicas. Para garantir que ele não tenha se deslocado, recomenda-se consultar o médico a cada seis meses. No caso do DIU hormonal, a ida ao consultório deve ocorrer sempre que surgirem possíveis sintomas de expulsão, como dor, sangramento, eólicas ou fluxo menstrual intensos Preço: de 500 a 1000 reais (de cobre) e de 1000 a 2 000 reais (hormonal), com a colocação

ANEL VAGINAL

Inserido pela própria mulher, libera estrogênio e progestagênio. São três semanas de uso e uma de pausa

Vantagem: é de fácil inserção e remoção

Desvantagens: além das contraindicações e dos efeitos colaterais das pílulas orais combinadas, algumas pacientes relatam incômodo durante a relação sexual. O aumento da secreção vaginal é outra queixa freqüente Preço: de 45 a 60 reais

A cápsula com progestagênio é implantada sob a pele do braço Vantagens: os implantes disponíveis no mercado duram de seis meses a três anos, conforme a marca, e podem ser usados por fumantes e lactantes

Desvantagens: algumas mulheres deixam de menstruar, mas a maioria tem sangramentos irregulares. O implante é palpável e pode levar a um ganho de peso de até 2 quilos no primeiro ano de uso. A aplicação e a remoção são feitas em consultório, com anestesia local

Preço: 1700 reais, com a colocação

MINIPÍLULA

Vem em cartelas com 28 ou 35 comprimidos e contém apenas progestagênio

Vantagens: pode ser usada por lactantes, uma vez que não altera a qualidade do leite. Sem o estrogênio, incômodos como náusea e dor de cabeça são menos freqüentes Desvantagens: é menos eficaz do que a pílula combinada. Quem para de amamentar deve preferir comprimidos com desogestrel em sua composição, já que, quando se perde o efeito contraceptivo natural da amamentação, algumas minipílulas podem ter a eficácia reduzida. E, claro, é fundamental lembrar de tomá-las todos os dias, religiosamente Preço: de 8 a 30 reais

PÍLULA ORAL COMBINADA

Associa estrogênio e progestagênio Vantagens: além de bastante eficaz, é usada para minimizar sangramentos e eólicas menstruais, regular o ciclo e tratar alguns cistos de ovário. Diminui ainda o risco de câncer de ovário e endométrio. As pílulas mais modernas, com acetato de ciproterona e drospirenona, conseguem também reduzir a acne, os pelos e a oleosidade da pele. "A tendência de emendar uma carteia na outra é válida para se livrar de incômodos como a tensão pré-menstruar, diz Marta

Desvantagens: pode causar náusea, retenção de líquido e dor nas mamas. É contraindicada a mulheres com problemas circulatórios, hepáticos ou histórico de câncer de mama, e também a fumantes acima de 35 anos. Isso porque, associada ao estrogênio, a nicotina potencializa o risco de tromboembolismo (mal em que coágulos obstruem a circulação e se deslocam para o cérebro ou os pulmões). E, de novo, não se admitem esquecimentos Preço: de 5 a 50 reais

Clientes de carteirinha

Além do programa estatal Farmácia Popular - que, entre outros benefícios, oferece medicamentos contra diabetes e hipertensão gratuitamente pacientes que fazem uso prolongado de certos remédios podem buscar descontos dados pelos fabricantes do setor farmacêutico. Es alguns exemplos:

PFIZER

www.pfizer.com.br

Fazem parte do programa 38 produtos, entre eles anti-inflamatórios e remédios para tratar colesterol e disfunção erétil. Os descontos vão de 35% a 67%. O cadastro deve ser feito pelo telefone 0800 012 6644 ou em um dos 18000 pontos de venda credenciados

BAYER

www.bayerparavoce.com.br

Ao todo, dezesseis produtos integram o programa de descontos, entre eles medidores de glicose, anticoncepcionais e anti-hipertensivos

NOVARTIS

www.portal.novartis.com.br

Oferece descontos de 17% a 58% em 42 medicamentos para o tratamento de doenças crônicas, como asma, diabetes e hipertensão

BOEHRINGER www.boehringer.com.br

Remédios contra hipertensão, diabetes, doença pulmonar crônica e Parkinson podem ser adquiridos com desconto. No momento do cadastro, os pacientes podem indicar um celular para que o laboratório os avise quando o medicamento estiver acabando

Pílula proibida

No fim de janeiro, as autoridades francesas suspenderam a venda da pílula Diane 35, da Bayer. A decisão foi tomada após o medicamento ser apontado como responsável pela morte de quatro pessoas por trombose venosa nos últimos 25 anos. No Brasil, onde o contraceptivo segue sendo vendido, os médicos afirmam que ele não apresenta riscos nem maiores nem menores do que as outras pílulas disponíveis no mercado. "Qualquer pílula oral combinada aumenta o risco de trombose. Por isso elas são contraindicadas em determinados casos, como naqueles em que a paciente é fumante ou tem histórico familiar de problemas circulatórios", explica o médico Mário Martinez, chefe da equipe de ginecologia e obstetrícia do Hospital São Luiz

Combinação perigosa

Certos medicamentos, como anti-inflamatórios, antiepilépticos e a erva-de-são-joão - um fitoterápico largamente usado por seu efeito calmante e antidepressivo -, podem prejudicar a absorção dos contraceptivos hormonais, reduzindo a sua eficácia. Quem utiliza essas substâncias, portanto, deve preferir um método de barreira, como diafragma, preservativo e espermicida. Se o uso dos remédios é apenas temporário, pode-se somar o método de barreira ao contraceptivo hormonal. "Essa medida é importante, especialmente no meio do ciclo menstrual, quando as chances de engravidar são maiores", diz a nefrologista Sandra Abrahão, diretora médica do laboratório Bayer. Já a ingestão de bebidas alcoólicas não é vetada. "Os anticoncepcionais potencializam os efeitos do álcool, o que não é recomendável, mas não têm sua eficácia comprometida por ele", diz o ginecologista Luiz Steffen

ginecologista Amanda Vblpato Alvarez, do IPGO, e o laboratório MSD Brasil"

Fonte: Cofen.com

Imagem: Cofen.com