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Após ataque, USP retoma aulas em clima de insegurança em São Carlos

30/08/2013

"Após ataque, USP retoma aulas em clima de insegurança em São Carlos

Estudantes da graduação voltaram ao campus na manhã desta sexta-feira.
Reunião do Conselho de Segurança definiu medidas a serem tomadas.

Os estudantes dos cursos de graduação da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, retornam às aulas nesta sexta-feira (30) e relataram que a sensação ainda é de insegurança, depois que um ex-aluno invadiu um alojamento e fez vários disparos na noite de quarta (28). O suspeito, que alegou ser vítima de bullying no campus há seis meses, continua foragido. A universidade reforçou a segurança com a ajuda da Polícia Militar.

“A gente fica meio com o pé atrás com o que pode acontecer. Acho que não deveria voltar às aulas hoje porque não pegaram o suspeito de ter feito isso. Eu conheço o pessoal do alojamento, são amigos meus, e eles estão apreensivos também”, contou o estudante de física Guilherme Tujera.

Desde o ataque, uma viatura da guarda universitária fica de plantão em frente ao alojamento onde tudo aconteceu. Depois do susto, quem mora dentro e próximo ao campus passou a tomar alguns cuidados.
Disparo atingiu janelas de alojamento no campus da USP em São Carlos (Foto: Maurício Duch)Disparo atingiu janelas de alojamento no campus
da USP em São Carlos (Foto: Maurício Duch)

“Estou deixando tudo trancado. Tomando cuidado para não deixar a porta da frente destrancada, porque a gente nunca sabe se ele vai voltar para fazer alguma coisa”, declarou Priscila Oliveira, estudante de engenharia elétrica.

Alunos e funcionários da universidade afirmam que os roubos e furtos são frequentes. Para eles, a invasão do ex-aluno só reforçou o clima de insegurança. “Alguma coisa tem que ser feita em relação à segurança. Já teve casos de assalto aqui no alojamento também”, disse Tiago Leite, estudante de engenharia civil.

Nesta manhã, alunos e professores que formam a comissão de segurança da USP fizeram uma reunião, na sede da prefeitura do campus, para discutir o que será feito. “Em termos de ação emergencial, foi autorizada a entrada da Polícia Militar no campus para fazer uma vigilância, principalmente, um pouco mais próxima dos alojamentos. Isso não significa que vai ter rondas ostensivas e também vai ter implantação de postos avançados da PM dentro do campus”, explicou Germano Tremiliosi Filho, presidente do Conselho de Segurança.
Estudante disse que era hostilizado no Facebook (Foto: Reprodução/EPTV)Estudante disse que era hostilizado no Facebook
(Foto: Reprodução/EPTV)

Bullying
O ex-aluno do curso de ciências exatas que invadiu um alojamento do campus relatou ao G1 por telefone, na quinta-feira (29), que sofre bullying dos estudantes na universidade e na internet há pelo menos seis meses, depois que denunciou ter sofrido um suposto abuso sexual em um trote. Ele trancou a matrícula após o episódio, ocorrido em março, e afirmou que estava depressivo pelo fato de ter abandonado a faculdade.

“Praticamente, eu me entreguei mesmo. Eu não fazia mais nada, absolutamente nada. Acordava, dormia e não saía da cama Ficava ali o dia inteiro. Pedi ajuda várias vezes para a universidade. Pedi para passar com um médico. Pedi para trocar a minha receita, porque a médica da outra vez receitou antidepressivo e tudo. Eu pedi para que eu tivesse esse tipo de suporte, mas eles negaram. Eu estava totalmente abalado e descontrolado, acabei entrando e fazendo aquilo”, contou.

O estudante acusa a USP de ter sido negligente na apuração do suposto abuso sexual. “A universidade deveria ter tomado alguma providência, afastado essas pessoas pelo menos enquanto ocorria a sindicância. E não foi feito absolutamente nada”, declarou.

Outro lado
A assessoria da USP informou que a universidade ofereceu ao ex-aluno atendimento psicológico e também os auxílios que dispõe para garantir a permanência dele no curso, mas, mesmo assim, ele optou por sair da USP.

Ainda de acordo com a assessoria, a sindicância aberta para apurar o caso da suposta agressão sexual foi concluída e deu origem a um processo administrativo que está em trâmite na universidade."

Fonte e Imagem: G1.globo.com