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"A mulher não pode esperar"

06/05/2013

"A mulher não pode esperar"

Lúcia e Valério tinham poucas chances de conceber uma criança. O filho, Luciano, é fruto do empenho da equipe médica do Hmib

No Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) o programa teve início em 1998. Desde então, 2 mil casais foram chamados, mas somente 800 procedimentos se concretizaram. Nos demais casos, a paciente desistiu, engravidou naturalmente ou não foi encontrada para fazer o tratamento , explica Rosaly Rulli, coordenadora da Reprodução Humana da unidade.

Nos últimos 14 anos, o programa contabiliza mais de 200 bebês nascidos. O percentual de sucesso de uma gravidez no hospital é de aproximadamente de 30%. Em algumas clínicas, o percentual chega em 40%, 45%. Mas aqui recebo os casos mais complicados. Somos um estabelecimento público, que depende de recursos financeiros e da vontade política do governo, além de seremos um hospital-escola. Levando tudo isso em consideração, é um resultado excelente , avalia.

De acordo com Rosaly Rulli, mais casais poderiam ser atendidos se o Ministério da Saúde tivesse incluído os procedimentos na lista do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, são as secretarias de Saúde quem banca os tratamentos. Já tivemos períodos em que o programa ficou parado por falta de material ou de equipamento quebrado. Enquanto isso, o sonho das pessoas se perdem porque a mulher não pode esperar para sempre , relata.

Casada com o policial militar Valério Souza Cruz, 40 anos, a bancária Lúcia Regina não conseguia engravidar e, graças ao atendimento gratuito do Hmib, realizou o sonho da maternidade. Após ir ao posto de saúde, Lúcia esperou um ano para a primeira consulta. Depois, foram mais três anos na lista de espera. Quando finalmente foi chamada e fez os exames, o prognóstico chegou a desanimá-la. A médica disse que as minhas chances eram mínimas porque o hormônio que regula a ovulação era alto, mas a minha produção de folículos era muito baixa. Mas eu queria tentar mais do que tudo nesta vida , conta.

Tratamento

E assim ela fez. O tratamento incluía injeções diárias de hormônio e ecografias em dias alternados. Para angústia de Lúcia, ela produziu um único óvulo. No dia da captação, tinha outras mulheres do meu lado. Elas haviam produzido uma média 20 folículos. Ficava feliz por elas, mas dava um aperto no peito.

Pelo protocolo do programa, mulheres na situação de Lúcia têm que ser encaminhadas para a fila de doação de óvulos. Mas a situação da bancária comoveu a médica. Ela estava tão desesperada que eu disse: Você quer tentar? Então, eu vou com você até o fim. Mas sabia que as chances eram mínimas, perto de zero. Implantamos o único embrião e está aí o resultado , diz, comovida, Rosaly olhando para o filho do casal, Luciano, hoje com quase 3 anos.

Quem não passa por isso, não faz ideia do desgaste. Sei o que é ter vontade e não poder. Quando vi o beta dela, só não fiquei mais feliz que os dois. Contrariando excepcionalmente o protocolo, decidi dar a ela pelo menos uma chance. Hoje, se aparecer um caso como o dela, nem a estimulação podemos fazer porque o processo está mais rigoroso , conta a médica.(AB)"

Fonte e Imagem: Cofen.com