A busca pela melhor sobrevida
27/04/2013
"A busca pela melhor sobrevida
RONI DE CARVALHO FERNANDES
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais incidente entre homens. Em 2012, cerca de 60.180 novos casos da doença foram diagnosticados, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer. Não existe estatística do número de casos de pacientes em estágio avançado ou metastático no país. Porém, em todo o mundo pesquisas estão em andamento para descobrir novos medicamentos e métodos mais eficientes.
O presidente do Departamento de Urologia do Vali D'Hebron Hospital e da Universidade Autônoma de Barcelona, Juan Morote, apresentou um estudo que promete traçar novos horizontes para o tratamento do câncer de próstata metastático. Os resultados mostram uma redução dos níveis de testosterona de 50 ng/dl (que hoje é o convencional para boa parte dos médicos) para 20 ng/dl. Em um homem normal, os níveis variam entre 350 e 1000 nanogramas por decilitro (ng/dl). A pesquisa apontou que a redução da testosterona oferece benefícios de sobrevida livre de progressão da doença ao paciente. O crescimento das células da próstata e células de câncer de próstata é retardado pelos níveis ainda mais baixos de testosterona, pois tira o estímulo para o tumor crescer.
O estudo é considerado polêmico. Ao mesmo tempo em que a redução dos níveis de testosterona oferece sobrevida aos pacientes, tem como efeito colateral a redução da libido. E é neste ponto em que está concentrado o debate.
O desejo sexual não está centralizado apenas nos níveis de testosterona. Pacientes que realizam esse tipo de terapia precisam de estímulos mais objetivos, de um contato direto para a excitação. A propósito, testosterona é um hormônio facilitador da libido, mas não indispensável para vida sexual.
Atualmente, os pacientes brasileiros diagnosticados com esse tipo de câncer em fase tardia têm acesso a tratamentos hormonais indolores. São ministradas aplicações subcutâneas (sob a pele) e aplicadas apenas mensalmente ou trimestralmente. Desta forma, o medicamento proporciona maior comodidade e qualidade de vida. A terapia na apresentação semestral deve chegar ao Brasil no segundo semestre deste ano.
Em contrapartida, em países da Europa e nos EUA, a mesma medicação que mudou a realidade dos pacientes brasileiros já é administrada em intervalos de seis em seis meses.
A qualidade de vida dos pacientes em fase metastática é primordial em cada detalhe, desde o estímulo à vida sexual ao acesso a terapias que proporcionem maior dignidade e à busca sem fronteiras pela sobrevida."
Fonte: Cofen.com
Imagem: Dralexandrefaisal.blog.uol.com