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40% dos pais medicam os filhos por conta própria, diz pesquisa

02/05/2013

"40% dos pais medicam os filhos por conta própria, diz pesquisa

Comportamento comum nos Estados Unidos é similar no Brasil e condenado por médicos, pois prática apenas trata dos sintomas e acaba mascarando a doença

SÃO PAULO - Seu filho espirrou ou o nariz escorreu e você já fica desesperada atrás de uma solução mágica para livrá-lo do que está por vir. O problema é que quase sempre a salvação é buscada onde não deveria, no armário da cozinha. Uma nova pesquisa da Universidade de Michigan mostrou que 40% dos pais norte-americanos de crianças menores de 4 anos medicam os filhos sem consultar um médico.

Segundo o pediatra Sérgio Eiji Furuta, da Unifesp, os brasileiros também adotam comportamento similar ao dos americanos. É muito comum ver os pais tratando os filhos em casa. Geralmente, as crianças recebem medicamentos para combater os sintomas, como tosse, dor de cabeça e coriza , afirma. Mas é justamente aí que mora o perigo, uma vez que tratar apenas dos sintomas pode mascarar a doença que está por trás.

O problema é que nem sempre os pais têm a consciência de que estão estão colocando a saúde de seus filhos em risco. Existem alguns produtos que, por serem de fácil acesso ou fitoterápicos, podem parecer inofensivos, mas não são. Veja ao lado.

Riscos de medicamentos

- Xarope - De acordo com os pesquisadores de Michigan, ele é o queridinho dos pais. Além de ser comprado em qualquer farmácia sem receita médica, existem tipos de várias cores e sabores com a proposta de driblar a cara feia da criança. O maior problema, porém, é que muitas vezes ele combate o sintoma, mas não a doença em si. Uma tosse pode ser provocada por alergia, por pneumonia, por gripe. Se o pai tentar apenas combater o sintoma, a longo prazo o problema pode evoluir para um quadro mais grave , alerta Eiji Furuta.

- Medicamentos naturais - Um erro comum é pensar que remédios fitoterápicos, porque são naturais, não fazem mal. Apesar de serem produtos livre de química, dependendo da concentração e do princípio ativo, a criança pode desenvolver uma alergia ou, até mesmo, sofrer uma intoxicação com a planta.

- Pastilhas e própolis - Assim como os xaropes, as pastilhas e o spray de própolis parecem um jeito mais fácil de combater aquela irritação na garganta. Porém, o especialista explica que esses produtos apenas aliviam os sintomas momentaneamente e, dependendo da frequência com a qual são utilizados, podem causar uma irritação maior ou até mesmo intoxicação. Também encontrados em qualquer farmácia, eles podem funcionar para os adultos, mas não são indicados para crianças.

- Mel - Chás caseiros com mel são muito comuns para combater aquela gripe que está por vir, mas o pediatra alerta: Mel é laxante, solta o intestino. Se a criança estiver com um quadro viral, por exemplo, ela pode ter diarréia e ficar desidratada .

- Comprimidos com ácido acetilsalicílico - Os comprimidos conhecidos como AAS ou Melhoral Infantil eram os queridinhos dos pais para controlar uma dor de cabeça ou febre do filho. Porém, além de inibir a produção do hormônio responsável pela dor e inflamação, o medicamento aumenta o diâmetro dos vasos sanguíneos do corpo e impede a coagulação. Hoje os pediatras não receitam mais esse medicamento para as crianças. Apenas para adultos com problemas cardíacos, uma vez que um comprimido por dia é capaz de evitar complicações para o coração. Isso é a prova de que medicamento infantil não é sinônimo de fraco , complementa o especialista."

Fonte: Cofen.com

Imagem: Revistacrescer.globo.com