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Professores adoecem na sala de aula

03/06/2013

"Professores adoecem na sala de aula

Três distúrbios de saúde são os principais motivos para o afastamento dos professores da sala de aula na capital mineira.

Três distúrbios de saúde são os principais motivos para o afastamento dos professores da sala de aula na capital mineira: transtornos mentais, doenças do aparelho respiratório e problemas no sistema ósseo muscular.

Os dados são da perícia médica da Prefeitura de Belo Horizonte, que aponta ainda que dos 5.301 afastamentos por motivos de saúde, entre maio de 2001 a abril de 2002, 84% eram de professores.

Na análise do período seguinte " maio de 2002 a abril de 2003 ", o índice aumentou ainda um ponto percentual, 85% Os números foram a base para a tese de mestrado "Transtornos mentais em professores da rede municipal de ensino de Belo Horizonte", defendida este ano na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pela médica Sandra Gasparini.

As constatações deste estudo serão debatidas amanhã, na sede da Associação Comercial, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), com a participação de representantes da prefeitura.

A mestra em saúde pública constatou que, se somar as três principais causas de afastamento, elas correspondem a quase 40% dos afastamentos. É apontado como fator que influencia essas doenças, o convívio com a violência no ambiente escolar.

"Temos que estimular o aprofundamento dos estudos da saúde do professor porque os transtornos mentais, por exemplo, apresentam muitas manifestações e são recorrentes. Outro problema que acomete a categoria são as doenças nas cordas vocais", disse Sandra.

Etapas
A elaboração da tese foi dividida em duas etapas: pesquisa bibliográfica e aplicação de questionário nas nove regionais da prefeitura. A pesquisadora escolheu a regional Nordeste para trabalhar com seis blocos de perguntas que avaliaram desde o histórico profissional à questão socioeconômica.

Participaram dos estudos 751 docentes e foi constatada uma prevalência de transtornos mentais em 50,3% dos entrevistados. "Este índice é muito alto, já que na população geral a média não chega a 15%", disse Sandra.

O transtorno mental menor foi mais frequente em professores que vivenciaram a violência dentro das escolas, além daqueles que mencionaram ter pouca autonomia no ambiente de trabalho e conviver com muitos ruídos ambientais.

Segundo um dos coordenadores da Comissão de Readaptação Funcional do Sind-UTE, Heitor Bretas da Boaventura, alguns professores se queixam que, depois de diagnosticado o problema, a junta médica não proporciona um acompanhamento para obter melhorias na saúde.

"O primeiro laudo provisório vale por dois anos e o profissional é desviado de sua função. Se o laudo for alterado para definitivo, depois da constatação de que o servidor está inabilitado ao regresso de suas atividades normais, ele ficará no serviço burocrático", disse.

Em setembro, o Sind-UTE realizou uma pesquisa em 47% da rede municipal, composta atualmente de 181 escolas. Foi verificado que havia 257 laudos definitivos expedidos a professores e outros 88 provisórios. Tais docentes estão exercendo trabalhos em bibliotecas ou secretarias.

A categoria representa um terço dos servidores municipais. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que existem duas unidades de assistência ao trabalhador que colabora na reabilitação física dos profissionais com uma equipe multidisciplinar. Elas estão localizadas na região Centro-Sul da capital e no Barreiro."

Fonte e Imagem: Otempo.com